Voltemos a 1953, quando o físico britânico Francis Crick revelou ao americano James Watson que havia descoberto o segredo da vida. Juntos, eles criaram um modelo para explicar o DNA, ou ácido desoxirribonucléico, que carregava todas as informações sobre as características de determinado ser vivo. Esse conjunto de características foi chamado mais tarde de código genético. Essa é a versão mais famosa da história, mas antes mesmo desse ano, em 1868, um médico suíço, Friedrich Miescher, já estudava o núcleo celular. “O papel do DNA e do RNA na síntese de proteínas já era conhecido na década de 1930. Vários pesquisadores já tinham mostrado que a proteína é modelada pelo DNA e pelo RNA”, comenta o professor Ricardo. Pensando que o núcleo celular se tratava de uma espécie de reserva de fósforo para o citoplasma, devido à constante presença desse elemento, Miescher denominou de nucleína a substância que conseguiu isolar do interior do núcleo da célula.
Anos depois, em 1889, Richard Altman descobriu que a nucleína era ácida, rebatizando-a como ácido nucléico, ao mesmo tempo em que o bioquímico alemão Albrecht Kossel notou que existiam bases nitrogenadas púricas e pirimídicas junto à formação desse ácido. Chegando em 1929, Phoebus A. Levene descobriu, ainda na constituição do ácido, a presença do açúcar desoxirribose. Com tantas descobertas, o ácido nucléico passou a ser visto como uma molécula grande, agora denominado ácido desoxirribonucléico e composta por várias estruturas menores chamadas de nucleotídeos.
Após 13 anos de intensa pesquisa embasada no estudo do britânico Frederick Griffith sobre bactérias do tipo pneumococo, o médico e pesquisador canadense Oswald Avery e alguns colaboradores sugeriram que o material genético era o ácido desoxirribonucléico. Foi quando o físico anglo-irlandês Maurice Wilkins começou a analisar o DNA através de uma técnica conhecida como cristalografia, que consiste no uso de raios X para determinar a disposição física das moléculas em certos compostos.
Em 1951, Wilkins apresentou uma foto do DNA exposto aos raios-X durante uma conferência de física na Itália. E voltamos ao início dessa história. Nessa conferência, o americano James Watson ficou muito interessado na foto da molécula. “Depois de Watson se doutorar na Universidade de Indiana em 1952, ele conseguiu uma bolsa pra estudar na Dinamarca, mas encontrando-se com o Crick, em uma reunião em Nápoles, na Itália, ele decidiu trocar [o destino da bolsa] e foi pra Cambridge”. Ele começou a trabalhar no laboratório Cavendish, em Cambridge, onde conheceu Crick, que o convenceu a estudar o DNA junto a ele. “Foi em Cambridge que eles [Watson e Crick], reunidos, e tendo nosso amigo Watson visitado o laboratório da famosa Rosalind Franklin, no University College, em Londres, começaram suas experiências”. No mesmo ano, a biofísica inglesa Rosalind Franklin voltava da França para se juntar a Wilkins nos estudos da molécula. Na época, em plena corrida para se desvendarem os segredos do DNA, existia a suspeita de que a estrutura dessa molécula era helicoidal. Somente depois dos trabalhos desenvolvidos por Franklin essa hipótese foi confirmada.
Dois anos depois, Watson fica sabendo através de Wilkins de uma foto produzida pela biofísica inglesa, onde se pode observar a estrutura helicoidal do DNA nitidamente. Foi a partir daí que Watson e Crick tentaram insistentemente montar um modelo em três dimensões da molécula. “Watson e Crick não são os descobridores do DNA, o fato curioso é que eles fizeram toda a investigação usando modelos relativamente grosseiros, feitos de madeira”. Ao colocarem a última peça em seu modelo, Watson e Crick puderam visualizar, pela primeira vez na História, a escultura que representa a molécula reprodutora da vida. O famoso trabalho da dupla foi publicado na revista britânica Nature, de 25 de abril de 1953. “Não existe acusação de Watson de ter roubado o resultado dela, pois ela ainda não havia chegado a resultado nenhum. O trabalho de Watson e Crick é publicado juntamente com o trabalho dessa moça, Rosalind Franklin, mostrando o que ela fez e o que eles fizeram. Ela fez as medidas experimentais, mas o modelo é inteiramente deles”. Nove anos mais tarde, esses dois cientistas receberam, juntamente com Maurice Wilkins, o prêmio Nobel de medicina. “A informação ‘fermental’ não foi descoberta por eles, e sim por Rosalind Franklin, mas apesar disso, eles são considerados, com toda razão, os descobridores da estrutura do DNA”.
Após 13 anos de intensa pesquisa embasada no estudo do britânico Frederick Griffith sobre bactérias do tipo pneumococo, o médico e pesquisador canadense Oswald Avery e alguns colaboradores sugeriram que o material genético era o ácido desoxirribonucléico. Foi quando o físico anglo-irlandês Maurice Wilkins começou a analisar o DNA através de uma técnica conhecida como cristalografia, que consiste no uso de raios X para determinar a disposição física das moléculas em certos compostos.
Em 1951, Wilkins apresentou uma foto do DNA exposto aos raios-X durante uma conferência de física na Itália. E voltamos ao início dessa história. Nessa conferência, o americano James Watson ficou muito interessado na foto da molécula. “Depois de Watson se doutorar na Universidade de Indiana em 1952, ele conseguiu uma bolsa pra estudar na Dinamarca, mas encontrando-se com o Crick, em uma reunião em Nápoles, na Itália, ele decidiu trocar [o destino da bolsa] e foi pra Cambridge”. Ele começou a trabalhar no laboratório Cavendish, em Cambridge, onde conheceu Crick, que o convenceu a estudar o DNA junto a ele. “Foi em Cambridge que eles [Watson e Crick], reunidos, e tendo nosso amigo Watson visitado o laboratório da famosa Rosalind Franklin, no University College, em Londres, começaram suas experiências”. No mesmo ano, a biofísica inglesa Rosalind Franklin voltava da França para se juntar a Wilkins nos estudos da molécula. Na época, em plena corrida para se desvendarem os segredos do DNA, existia a suspeita de que a estrutura dessa molécula era helicoidal. Somente depois dos trabalhos desenvolvidos por Franklin essa hipótese foi confirmada.
Dois anos depois, Watson fica sabendo através de Wilkins de uma foto produzida pela biofísica inglesa, onde se pode observar a estrutura helicoidal do DNA nitidamente. Foi a partir daí que Watson e Crick tentaram insistentemente montar um modelo em três dimensões da molécula. “Watson e Crick não são os descobridores do DNA, o fato curioso é que eles fizeram toda a investigação usando modelos relativamente grosseiros, feitos de madeira”. Ao colocarem a última peça em seu modelo, Watson e Crick puderam visualizar, pela primeira vez na História, a escultura que representa a molécula reprodutora da vida. O famoso trabalho da dupla foi publicado na revista britânica Nature, de 25 de abril de 1953. “Não existe acusação de Watson de ter roubado o resultado dela, pois ela ainda não havia chegado a resultado nenhum. O trabalho de Watson e Crick é publicado juntamente com o trabalho dessa moça, Rosalind Franklin, mostrando o que ela fez e o que eles fizeram. Ela fez as medidas experimentais, mas o modelo é inteiramente deles”. Nove anos mais tarde, esses dois cientistas receberam, juntamente com Maurice Wilkins, o prêmio Nobel de medicina. “A informação ‘fermental’ não foi descoberta por eles, e sim por Rosalind Franklin, mas apesar disso, eles são considerados, com toda razão, os descobridores da estrutura do DNA”.
AUTOR: Paulo Gomes Netto
Postado por Stela Mirla Acácio
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